Sugestão de livro:
Psicologia de massas do Facismo de Wilhelm Reich
Psicologia de massas do Facismo de Wilhelm Reich
"Amor, trabalho e conhecimento são as fontes de nossa vida.
Deveriam também governá-la."
Wilhelm Reich
A Psicologia de Massas do Fascismo foi pensada entre 1930 e 1933, anos de crise na Alemanha. Foi escrita em 1933 e publicada em setembro de 1933, na Dinamarca, onde foi reeditada em abril de 1934.
Abaixo trechos do livro:(...)
"Na época em que este livro foi escrito, o fascismo era geralmente considerado como um "partido político" que à semelhança de outros "grupos sociais", defendia uma"ideia política" organizada. De acordo com esta visão, "o partido fascista impunha o fascismo por meio da força ou de 'manobras políticas'".
Opondo-se a isso, minhas experiências, médicas com homens e mulheres de diferentes classes, raças, nações, credos, etc., ensinaram-me que o "fascismo" não é mais do que a expressão politicamente organizada da estrutura do caráter do homem médio, uma estrutura que não é o apanágio de determinadas raças ou nações, ou de determinados partidos, mas que é geral e internacional.
Neste sentido caracterial, o "fascismo" é a atitude emocional básica do homem oprimido da civilização autoritária da máquina, com sua maneira mística e mecanicista de encarar a vida.
É o caráter mecanicista e místico do homem moderno que cria os partidos fascistas, e não vice-versa.
O fascismo ainda hoje é considerado, devido a uma reflexão política errônea, como uma característica nacional específica dos alemães ou dos japoneses.
É deste primeiro erro que decorrem todos os erros de interpretação posteriores. Em detrimento dos verdadeiros esforços pela liberdade, o fascismo foi e ainda é considerado como a ditadura de uma pequena clique reacionária.
A persistência neste erro deve ser atribuída ao medo que temos de reconhecer a situação real: o fascismo é um fenômeno internacional que permeia todos os corpos da sociedade humana de todas as nações.
Esta conclusão coaduna-se com os acontecimentos internacionais dos últimos quinze anos. As minhas experiências em análise do caráter convenceram-me de que não existe um único indivíduo que não seja portador, na sua estrutura, de elementos do pensamento e do sentimento fascistas.
O fascismo como um movimento político distingue-se de outros partidos reacionários pelo fato de ser sustentado e defendido por massas humanas.
Estou plenamente consciente da enorme responsabilidade contida nestas afirmações. Desejaria, para bem deste mundo perturbado, que as massas trabalhadoras estivessem igualmente conscientes da sua responsabilidade pelo fascismo.É necessário fazer uma distinção rigorosa entre o militarismo comum e o fascismo. A Alemanha do imperador Guilherme foi militarista, mas não fascista.
Como o fascismo é sempre e em toda a parte um movimento; apoiado nas massas, revela todas as características e contradições da estrutura do caráter das massas humanas: não é, como geralmente se crê, um movimento exclusivamente reacionário, mas sim um amálgama de sentimentos de revolta e ideias sociais reacionárias.
Como o fascismo é sempre e em toda a parte um movimento; apoiado nas massas, revela todas as características e contradições da estrutura do caráter das massas humanas: não é, como geralmente se crê, um movimento exclusivamente reacionário, mas sim um amálgama de sentimentos de revolta e ideias sociais reacionárias.
Se entendemos por revolucionária a revolta racional contra as situações insuportáveis existentes na sociedade humana, o desejo racional de "ir ao fundo, à raiz de todas as coisas" ("radical", "raiz"), para melhorá-las, então o fascismo nunca é revolucionário. Pode, isso sim, aparecer sob o disfarce de emoções revolucionárias. Mas não se considerará revolucionário o médico que combate a doença com insultos, mas sim aquele que investiga as causas da doença com calma, coragem e consciência, e a combate.
(...)
A mentalidade fascista é a mentalidade do "Zé Ninguém", que é subjugado sedento de autoridade e, ao mesmo tempo, revoltado."
(...)
” Quando se ouve um indivíduo fascista, de qualquer tendência, insistir em apregoar a "honra da nação" (em vez da honra do homem) ou a "salvação da sagrada família e da raça" (em vez da sociedade de trabalhadores); quando o fascista procura se evidenciar, recorrendo a toda a espécie de chavões, pergunte-se a ele, em público, com calma e serenidade, apenas isto:
"O que você faz, na prática, para alimentar esta nação, sem arruinar outras nações? O que você faz, como médico, contra as doenças crônicas; como educador, pelo bem-estar das crianças; como economista, contra a pobreza; como assistente social,contra o cansaço das mães de prole numerosa; como arquiteto, pela promoção da higiene habitacional?
E agora, em vez da conversa fiada de costume, dê respostas concretas e práticas, ou, então, cale-se!"
Daqui se conclui que o fascismo internacional nunca será derrotado por manobras políticas. Mas sucumbirá perante a organização natural do trabalho, do amor e do conhecimento em escala internacional.
Na nossa sociedade, o trabalho, o amor e o conhecimento não são ainda a força determinante da existência humana.
E mais: estas grandes forças do princípio positivo da vida não estão ainda conscientes do seu poder, do seu valor insubstituível, da sua extraordinária importância para o ser social.
É por isso que hoje, um ano depois da derrota militar do fascismo partidário, a sociedade humana continua à beira do precipício. A queda da nossa civilização é inevitável se os trabalhadores, os cientistas de todos os ramos vivos (e não mortos) do conhecimento e os que dão e recebem o amor natural, não se conscientizarem, a tempo, da sua gigantesca responsabilidade."
No link abaixo o livro:
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